10 de julho de 2015

Oficina de Cinema incentiva a produção local de audiovisual retratando a realidade do Semiárido

“Não tenho palavras para falar da oficina porque foi um momento muito interessante, onde nós aprendemos e ensinamos. Essa ação do Cinema Nosso em parceria com o Patac, a Asa-PB e o Coletivo foi uma conquista para o GT de Juventude, vai ficar na história”.
Foi assim que a jovem Petrucia Nunes, da comunidade Sussuarana, em Juazeirinho, na Paraíba, definiu a  2ª etapa do curso:  Novas Narrativas e Linguagem Audiovisual, realizado entre os dias 29 de junho a 04 de julho, através do Projeto Brasil 3.0 da Instituição Cinema Nosso.
A oficina que reuniu cerca de 30 pessoas (entre 12 e 29 anos)  teve por objetivo  despertar os talentos do público jovem e da comunidade, como um todo,  para a produção audiovisual a partir da própria realidade vivenciada no Semiárido. As aulas foram divididas em momentos práticos e teóricos onde as pessoas puderam conhecer desde a história dos primeiros relatos históricos feitos  através de imagens,  a criação do cinema pelos Irmãos Lumière (considerados os pais do Cinema,  por terem sido os pioneiros na exibição de imagens em movimento) até as atividades práticas de direção, produção, tomadas de sequencias e edição do produto.
Os jovens produziram um curta de fixação que recebeu o nome de ‘Logo Ali’, o enredo conta a estória de uma equipe de reportagem local (Motorista, repórter e cinegrafista) que veio ao Semiárido fazer um material sobre miséria e seca e que a partir da realidade de convivência com o Semiárido, mostrada pelo os jovens, muda a pauta e entrar em conflito com a linha editorial da empresa...
“O nome ‘Logo Ali’ se fortaleceu pelo argumento de que o Semiárido não é um lugar distante, negativo ou morto, longe dos nossos olhos. Mas ele está logo ali, perto, renovado e cheio de vida e de talentos”, foi assim que o jovem Daniel Clarindo, ator e autor do nome do filme descreveu a inspiração que motivou a sua ideia.
A comunidade também assistiu a três sessões de filmes nacionais, um deles foi o longa de Jorge Furtado, ‘Saneamento Básico’ e na noite do sábado (04) teve a exibição de ‘Lisbela e o Prisioneiro’ de Guel Arraes e a estreia da produção local, ‘Logo Ali’.
O educador e diretor de Cinema, Felipe Cataldo, falou da importância do Cinema Nacional para a valorização da nossa cultura e disse que estar esses dias em Sussuarana trouxe para ele uma sensação de transformação “Pra mim foi uma semana de transformação, de troca. Nós aprendemos com eles,  tanto quanto nós ensinamos e essa troca de energia, de ensinamentos, de vivências é a coisa mais rica, é o verdadeiro mandacaru florido, isso nós temos que levar para a vida, isso eu vivenciei nas duas etapas, tanto aqui, como lá em Pedra Lavrada, na comunidade Canoa de Dentro ”, comentou Cataldo.
Felipe disse ainda que, ninguém melhor do que os próprios jovens para contarem suas próprias histórias. “Nós vivenciamos experiências sobre Cinema, mas foi muito mais que isso, nós vivenciamos a realidade uns dos outros e ninguém melhor para contar uma história do que o próprio protagonista”.
Para a representante do Patac, na ocasião da solenidade de entrega de certificados, Raquel Oliveira, esse tipo de iniciativa ajuda a dar visibilidade à juventude camponesa e as riquezas do Semiárido “a realização dessa oficina e a produção do curta “Logo Ali” nos traz a reflexão de como podemos mostrar as nossas riquezas para outros lugares que não conhecem a realidade do nosso, é nesse sentindo que digo, que essa oficina vai deixar muitos frutos, nós consideramos ser muito importante essa parceria entre as organizações para fortalecer as ações da Juventude no campo e do campo.  
Além de todo conteúdo repassado em aulas práticas e teóricas o Projeto Brasil 3.0 deixa nas comunidades por onde passa os equipamentos (Câmera, microfone e computador) para que as pessoas passem a fazer suas próprias produções audiovisuais.

Sobre o Cinema Nosso -  É uma Instituição sociocultural situada na Lapa (RJ), onde são oferecidos cursos, oficinas, além da exibição de filmes. É uma organização que tem mais  de 12 anos de experiência em educação audiovisual e tem a missão de ampliar o universo cultural e contribuir para o desenvolvimento do senso crítico de crianças, adolescentes e jovens oriundos das classes populares por meio da linguagem audiovisual. Tem por objetivo trazer para o campo da educação e da didática os estudos de como os filmes, as imagens e os audiovisuais nos educam. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Organizações comemoram a volta do CONSEA com banquetaço em Campina Grande

Um conjunto de organizações que atuam na promoção do direito humano à alimentação realizará no dia 27 de fevereiro, segunda-feira, um ‘Banqu...