27 de maio de 2011

Cubanos visitam famílias agricultoras interessados na agroecologia

Cuba importa 80% dos alimentos consumidos pela sua população, por isso busca conhecer iniciativas que garantam a soberania alimentar para o país



Reunião de apresentação das experiências
Foto: Patrícia Ribeiro

Nesta quarta feira (25), as entidades que compõe a Articulação no Semi-árido na Paraíba (ASA-PB) juntamente com a Embrapa recepcionam uma comitiva de cubanos na cidade de Campina Grande-PB. O grupo com sete cubanos e cubanas desembarcou na terça (24), em João Pessoa, capital do estado, com a expectativa de conhecer as experiências na agricultura familiar agroecológica desenvolvida pelas famílias camponesas acompanhadas pela ASA.

Ao visitar as iniciativas que promovem soberania alimentar para as famílias, espera-se que os visitantes sintam-se inspirados a tomar decisões e orientar ações em Cuba no sentido de construir a sustentabilidade alimentar do país.

Atualmente, Cuba importa 80% dos alimentos que são consumidos por sua população, o que o deixa numa situação de vulnerabilidade de sua segurança alimentar, isto tem se dado graças ao baixo grau de soberania alimentar presente no país.

Adriana Ballester, diretora do departamento de recursos humanos do Ministério da Agricultura de Cuba, nos informou que, recentemente, o país passou por momento ímpar, com relação à consolidação do sistema econômico, político e social que vem sendo desenvolvido desde 1961.

Entre os dias 16 e 19 de abril desde ano, ocorreu o 6º Congresso do Partido Comunista Cubano (PCC), que aconteceu um processo intenso de participação popular preparatório para as reformas. Durante esse período ocorreram cerca de 163 mil reuniões em todo o país. Mais de dois terços das diretrizes foram modificadas antes da redação final.

Dentro das resoluções avaliadas no Congresso, algumas indicaram mudanças importantes para a reforma econômica. Esta, a partir de agora, primará por um planejamento econômico diferenciado, em que modalidades de investimento estrangeiro, de cooperativas, de apoio a pequenos agricultores e trabalhadores autônomos serão implementadas.

Diante destes desafios, as questões relacionadas à soberania alimentar, ao desenvolvimento de uma agricultura familiar urbana e suburbana e à necessidade cada vez mais crescente de autonomia sobre a produção de insumos impulsionam o governo a buscar alternativas que possibilitem o avanço econômico e social de forma justa e sustentável. Sobre isso, Gabriel Dominguez, integrante da comitiva cubana, afirma que o Brasil é reconhecido mundialmente como referência sobre o desenvolvimento da agricultura familiar camponesa e agroecológica.

Na reunião, estiveram presentes diversas representações da Articulação do Semiárido Paraibano, como: ASA-Brasil, ASA-PB, Coletivo Regional das Organizaçãoes de Agricultores Familiares do Cariri, Curimataú e Seridó Paraibano, Patac, ASPTA, Pólo Sindical da Borborema, Sabiá, além dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, Juazeirinho, Lagoa Seca e Remijo.

Durante esta semana, o grupo fará visitas de intercâmbio a alguns municípios da região do Semiárido paraibano e pernambucano, com o objetivo de conhecer como se dá, na prática, as experiências vivenciadas pelas famílias agricultoras e organizações que compõe a ASA-PB. Além disso, antes do retorno a Cuba, próxima terça-feira (31), a comitiva também tem agendado um encontro com representantes do governo do estado da Paraíba.



Patrícia Ribeiro
Comunicadora Popular da ASA
Campina Grande - PB
27/05/2011

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